Nota técnica sumariza os efeitos de barragens na Amazônia
Com base em diversos artigos publicados recentemente, incluindo estudos de docentes e discentes vinculados aos programas de pós-graduação em Ecologia do INPA e em Zoologia da UFAM, o Research Technical Assitance Center (RTAC), ligado à USAID (Estados Unidos), produziu um informativo sobre "Impactos de Barragens na Amazônia". O documento sumariza as informações mais importantes de artigos publicados recentemente, enfatizando a aplicabilidade desses resultados em processos de planejamento, avaliação e monitoramento de impactos de barragens construídas nos grandes rios amazônicos para produção de energia elétrica, como Belo Monte, no Rio Xingú, e Santo Antônio, no Rio Madeira.
Ilhas formadas pela inundação da floresta pelo reservatório da hidrelétrica de Balbina no Rio Uatumã em 1989. (Foto: Caio Pamplona/acervo REBIO Uatumã-ICMBio)
De acordo com os artigos sumarizados no dossiê, o planejamento e os estudos de impacto ambiental de hidrelétricas têm falhado em reconhecer os impactos cumulativos dessas obras ao longo das bacias hidrográficas, e têm ignorado a singularidade dos ambientes de várzea e igapó, sazonalmente alagáveis e extremamente impactados por essas obras. Além disso, não levam em consideração a biodiversidade, ainda mal conhecida, da Amazônia e, em especial, de áreas alagáveis.
O trabalho visa facilitar o acesso aos estudos acadêmicos para os agentes reguladores, governamentais e não governamentais, e para as populações diretamente afetadas pelas obras, com o objetivo de colaborar com um caminho sustentável para a conservação da Amazônia.
Cachoeira do Teotônio, a maior cachoeira do Rio Madeira, que foi obliterada pelo reservatório da barragem de Santo Antônio em 2011. (Foto: Daniely Félix da Silva)
Árvores mortas da floresta alagada pelo reservatório da barragem de Pimental, do complexo de Belo Monte, na bacia do Rio Xingu. (Foto: Camila Ribas)